Operação Maturin

Cardápio de drogas e tele-entrega: como funcionava a organização criminosa comandada por jovem de 24 anos de Santa Maria

Cardápio de drogas e tele-entrega: como funcionava a organização criminosa comandada por jovem de 24 anos de Santa Maria

Foto: Polícia Federal (divulgação)

Na manhã desta quinta-feira (3), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Maturin em Santa Maria, cidades da região e fora do Estado. O objetivo é desarticular uma organização criminosa ligada ao tráfico de drogas e à lavagem de dinheiro no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina.


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Ao final da manhã, o delegado da PF, Leonei Mauri Moura, concedeu uma coletiva de imprensa e passou mais detalhes sobre a operação. Ele afirmou que foram feitos 20 mandados de prisão, sendo 14 prisões preventivas e seis prisões temporárias, além de 24 mandados de busca e apreensão. Apreensão de bens, com valor aproximado de R$ 2,5 milhões, também foram realizados. 


Até o momento, 15 pessoas foram presas em Santa Maria. Elas serão encaminhadas para a Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm)


Foto: Rafael Menezes


– O grupo criminoso estava estabelecido aqui há pelo menos seis anos, o líder é daqui da cidade. A droga era oferecida a partir de um cardápio, bem variado, que surgiu em uma outra operação. Isso nos chamou a atenção e focamos a atenção para essa investigação também. O grupo usava diversos artifícios para se livrar de qualquer ação policial, como a utilização de telefone criptografado, uso de aplicativos de carona. Foi um trabalho bem intenso, foram usadas diversas técnicas para chegar na identificação deles – conta o delegado.



Além do cardápio variado, com maconha, cocaína, LSD e outras drogas, uma taxa de entrega era cobrada, para bairros como Tancredo Neves e Camobi, por exemplo. Um estudo do público consumidor será feito posteriormente.



O líder do grupo, que é natural de Santa Maria e tem 24 anos, centralizava toda a estrutura das operações, desde os estabelecimentos até a comercialização das drogas.


Os estabelecimentos comerciais não eram usados como ponto de tráfico, e sim, para lavagem de dinheiro; a droga chegava aos usuários por tele-entrega.


A relação entre tráfico de drogas e lavagem de dinheiro se dava a partir do momento em que esse grupo conseguia dinheiro com a venda de entorpeceres e, então, adquiria bens, principalmente veículos, que eram registrados em nomes de familiares. Havia também um Jet Ski e uma embarcação que ainda estava no nome do antigo dono, além de imóvel rural, que foram comprados. Além disso, entram os estabelecimentos comerciais na cidade, pelo menos quatro, com foco em venda de bebidas, e um supermercado.


Foto:Gilberto Ferreira


Durante os últimos seis meses, de acordo com investigação prévia, esse grupo movimentou cerca de R$ 8 milhões a credito e outros R$ 8 milhões a débito. De acordo com o delegado, "eram pessoas que não tinham o mínimo de condições de ter essa quantia, de fazer essa movimentação financeira, o que chama ainda mais a atenção".


– Foram R$ 120 mil somente em venda de porções de drogas com pagamento feito via pix, em diversas contas bancárias com nomes de laranjas ou de participantes "menos atuantes" na equipe, que não levantariam suspeita da autoridades – revela.


Ao todo, 120 policiais atuaram na operação somente em Santa Maria, enquanto uma outra equipe agiu em Santa Catarina.


O grupo deve responder por crimes como associação para o tráfico de drogas, tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Também existe a possibilidade da quadrilha responder por descaminho e contrabando.



*Colaborou Gilberto Ferreira e Rafael Menezes

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